Há mais entre o sol e a terra do que os olhos podem ver.
Enterro meus pés no chão. No firme, úmido e macio.
Essa terra de chão, chão batido. Redonda terra retomada de barro.
Barro quente. Barro frio.
Faço-me cerâmica modelada pelo tempo, desgastada pelo ar.
Olho aos céus. Imploro. Quero flutuar, sair do lugar.
Enganaram-me os astronautas! Quero os astros a olhos nus!
Quero ver suas nebulosas, suas constelações!
Quero ser partícula cósmica, mergulhar na imensidão!
Enquanto na minha terra, redonda terra, o chão é chato,
no distante há silêncio e há calafrio. A galáxia é também solidão.